Sabe aquela sensação de pegar o cardápio de vinhos num restaurante e sentir que está lendo outro idioma? Pois é, já passei por isso várias vezes. A boa notícia? Não precisa ser complicado!
Meus primeiros tropeços com vinhos
Confesso que minha primeira experiência com vinhos para iniciantes foi um desastre. Estava num jantar com o chefe e pediram que eu escolhesse o vinho. Quase entrei em pânico! Apontei para um nome que conseguia pronunciar e torci para dar certo. Deu tudo errado, claro.
Vinhos para iniciantes podem parecer um bicho de sete cabeças. Tem gente que complica tudo falando de “taninos aveludados” e “retrogosto persistente”. Que papo é esse? Ninguém merece!
Olha só, vou te contar o que aprendi depois de alguns anos tropeçando nesse caminho. O segredo é começar devagar e sem medo de errar. Afinal, é só uma bebida gostosa, não um teste para entrar na NASA.
Os tipos de vinho que você precisa conhecer
Vamos simplificar esse negócio. Existem quatro tipos principais de vinho:
Vinhos tintos
São aqueles vermelhinhos, né? Feitos com uvas escuras e geralmente têm sabor mais forte. Alguns são “pesados”, outros são mais leves.
Os tintos que mais fizeram sucesso com meus amigos que estavam começando:
- Malbec: Suave, saboroso, sem amargar a boca. Os argentinos mandam muito bem nesse!
- Pinot Noir: Mais levinho, dá pra tomar até quando tá calor
- Cabernet Sauvignon: Um pouco mais forte, mas é famoso por um motivo
Vinhos brancos
São os clarinhos, refrescantes. Perfeitos para um dia quente ou para comer uns petiscos.
Meus favoritos para quem está começando:
- Chardonnay: Tem gosto de maçã e às vezes um toquinho de manteiga
- Sauvignon Blanc: Se você gosta de limonada, vai curtir esse
- Moscato: Docinho, fácil de gostar
Rosés
É o vinho cor-de-rosa! Não é “vinho de mulher” como alguns tiozões falam por aí. É refrescante, gostoso e super versátil.
Dica de amigo: rosé gelado numa tarde de verão é uma delícia! Não deixe ninguém te convencer do contrário.
Espumantes
São os com bolhinhas! Tipo champanhe, mas não precisa ser champanhe (que é só o espumante da região de Champagne na França). Tem espumante de todo preço.
Como provar vinho sem parecer metido
Vamos combinar que ninguém merece aquela pessoa que fica rodopiando a taça, cheirando e falando palavras estranhas, né? Provar vinho devia ser simples e gostoso.
Primeiro, olhe para o vinho. Tá bonito? Legal, sinal que não está estragado, haha!
Depois dê uma cheiradinha básica. Lembra alguma fruta? Alguma especiaria? O cheiro é agradável? É só isso.
Agora beba um golinho e preste atenção. Gostou? Não gostou? Por quê? É doce demais? É amargo? É suave?
Só isso! Não tem mistério. Com o tempo você vai notando mais coisas, mas no começo é só curtir mesmo.
Escolhendo seu primeiro vinho
E agora, o que levar pra casa na primeira compra? Vou te dar umas dicas que funcionaram com meus amigos:
Pra quem gosta de coisas doces
Vai de Moscato ou um vinho de sobremesa. O pessoal da vinícola Serra Gaúcha faz uns bem gostosos e baratos.
Pra quem prefere sabores suaves
Um Malbec argentino (marca Trapiche ou Norton são boas pedidas) ou um rosé qualquer. Sério, é difícil errar com esses.
Pra quem quer impressionar na visita dos sogros
Leve um espumante! Todo mundo curte, combina com vários pratos e tem aquele “tchan” quando abre.
A dica de ouro é: não gaste muito no começo! Tem vinho bom de 35-50 reais. Pra que gastar 200 numa garrafa se você ainda nem sabe direito o que gosta?
E não tenha vergonha de pedir ajuda. Os vendedores geralmente adoram dar dicas. Só já chega falando que você tá começando agora. Foi assim que conheci o Joaquim da loja perto de casa, que virou meu consultor oficial, haha!
Harmonizando com a comida do dia a dia
Esquece aquelas regras complicadas. Vou simplificar:
Com pizza de calabresa? Um tinto tipo Malbec cai bem. Pediu um peixinho? Vai de vinho branco. Churrasco? Aí é tinto mais forte mesmo, tipo Cabernet. Sobremesa? Vinho doce ou espumante.
Mas olha, se você quiser tomar tinto com peixe, quem sou eu pra te impedir? A graça tá em descobrir o que VOCÊ gosta!
Um dia fiz o impensável: tomei um vinho tinto bem gelado num dia de 35 graus. Os entendidos iam ter um troço, mas pra mim foi uma delícia!
Mitos que a gente pode jogar no lixo
Tem muito papo furado sobre vinho. Vamos acabar com alguns:
“Vinho bom é caro”
Que nada! Tem cada garrafa de 40 reais que dá show em muita de 150.
“Vinho dá dor de cabeça”
Se você beber um garrafão inteiro, claro que dá! Mas com moderação e um copo d’água do lado, raramente acontece.
“Preciso entender muito pra gostar”
Bobagem. É que nem música – você não precisa saber teoria musical pra curtir uma canção.
“Vinho é coisa de gente chique”
Aff, nada a ver. Na França, Itália e Portugal todo mundo toma, do pedreiro ao advogado.
Montando seu cantinho de vinhos
Quando você pegar gosto, vai querer ter algumas garrafas em casa. Não precisa ter adega nem nada chique.
Um cantinho fresco já resolve. Embaixo da pia da cozinha é péssimo (muito quente). No alto do armário também não presta (esquenta muito). Um armário no cantinho mais fresco da casa já tá ótimo.
Começa com:
- 2 tintos (um leve, um mais forte)
- 2 brancos (um seco, um mais docinho)
- 1 espumante (pra quando bater aquela visita surpresa)
E tá pronto o sorvetinho! Quer dizer, sua primeira “adega”.
Curtindo a caminhada sem pressão
O melhor do mundo dos vinhos para iniciantes é que não tem pressa. É uma descoberta aos pouquinhos.
Uma dica que me ajudou muito: anote no celular os vinhos que você gostou (pode até tirar foto do rótulo). Nossa memória falha, e depois de alguns meses você não vai lembrar se gostou daquele “não-sei-o-quê” da “tal região”.
Ah, e chame os amigos! Vinho é muito mais legal em companhia. Cada um leva uma garrafa e vocês provam juntos. Assim fica mais barato e mais divertido.
Minha avó dizia que “vinho bom é aquele que você toma e pede bis”. Acho que ela tava certa.
O que eu aprendi depois de muita taça
- Não existe certo ou errado quando se trata de gosto
- É normal não gostar de alguns vinhos (eu mesmo detesto alguns que são caríssimos)
- Vinhos para iniciantes não precisam ser complicados nem caros
- A graça tá em experimentar sem medo e sem vergonha
- Ninguém nasce entendendo, todo mundo começa do zero
- Confie no seu paladar, não no preço da garrafa
- Beba água junto – ajuda a apreciar melhor e evita ressaca
- Não precisa encher a taça até a borda (mas eu às vezes faço, confesso)
- Compartilhe descobertas com amigos – é mais divertido
E quer saber? Usar taça de vidro faz diferença sim, mas se você só tem copo, problema nenhum. O importante é curtir o momento!
Taí, espero que essas dicas te ajudem a dar os primeiros passos nesse mundão de vinhos para iniciantes. É um caminho gostoso de percorrer, sem pressa e sem neura. E se alguém vier com muito “blá blá blá” técnico, só acene com a cabeça e continue curtindo do seu jeito.
Saúde! Ou como dizem na minha terra: “Tim-tim!”
